sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Intense

Eu tenho essa coisa
de enxergar além
de ver o que não é mostrado
de mergulhar no raso

Chame de áurea, energia
como quiser
mas essa visão
me faz sentir mais

Seja bom ou ruim
o sentimento vem à tona
não é uma opção
não é questão de escolha

Ame muito
ou o oposto disso
mas não sentir
não existe como

Perdoe, aceite ou se afaste
não importa
o que eu vi
não tem mais volta

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Felizes para sempre?

Queria entender o porque de ter aquele sentimento de que sempre algo está faltando. Quando tudo está dando errado, reclamo. Mas, quando tudo está tranquilo, parece que está faltando algo. Acho que percebi que o felizes para sempre não serve para mim. Ser feliz para sempre, ininterruptamente, se tornaria algo chato, rotineiro, sem emoção. Acho que só darei valor para algo bom, quando tiver algo ruim para comparar. Sei lá, não consegui me expressar direito, mas acho que a felicidade eterna não serve para mim. Não acho que a rotina seja algo bom, prazeroso. Acho que o que me faz realmente feliz são os altos que vêm após os baixos da vida.

Só hoje

Hoje acordei decidida de que faria greve.
Não seria eu quem ira lhe chamar, te dar bom dia e dizer eu te amo. Só por hoje queria ser o lado que diz "eu também", que ouve a declaração, que acorda com a ligação.
Só por hoje queria ter a certeza que não te coloquei em uma posição de conforto e que, depois de tudo, você ainda se interessa por mim.
Bom, o dia tem 24 horas, vinte e quatro longas horas que esperarei por você.

O SINTOMA DA CINDERELLA À MEIA NOITE

 A fada madrinha nunca foi tão bondosa ao estabelecer um prazo final para a sua magia. Cinderella se encantou com o que viu, a vida entre a nobreza, o privilégio que recebeu em ter uma roupa maravilhosa e um cabelo magnificamente arrumado. Teve, por horas,o melhor da vida:  foi vista, respeitada, amada, desejada, feliz.
  E então entra a maldade, os sinos tocam e já é meia noite. O que era doce se acabou. A tristeza aparece de uma forma inimaginável, a desilusão é grande demais para ela. Por que, fada madrinha? Por que mostrar a ela que a vida podia ser muito melhor do que o que ela tinha antes? Antes, pelo menos, ela aceitava ser pobre, escravizada e mal tratada. Antes ela não sabia como era ser feliz de verdade, portanto, a felicidade era aquilo que ela vivia. Agora, senhorita fada, a pobre coitada tem do que se lamentar. Viu com os próprios olhos a vida que poderia levar se fosse rica, se fizesse parte da elite. Agora lá está, a menina que antes cantava para os camundongos, chorando pelos cantos. 
O encanto acabou.

Tá faltando...

Os poucos raios de sol que perfuravam a janela batiam no meu rosto, aquecendo onde antes estava gelado. Abri os olhos com dificuldade, a preguiça impedindo que meus movimentos fossem rápidos ou até mesmo normais. Juntei todas as forças do mundo e estiquei o braço para alcançar meu celular na prateleira. A luz da tela ofuscou minha vista que aos poucos foi voltando ao normal e tentou acertar o foco no celular. 7:00 era o que estava lá. Tudo parecia bem, mas faltava alguma coisa. Faltava ter acordado com você me dando um bom dia, dizendo que me ama e que não vê a hora de me encontrar; que sente a minha falta, das minhas chatisses e do meu jeito de falar. Faltava você do meu lado, me acordando com um beijo, algum carinho e um "bom dia" dito baixinho no meu ouvido. Faltava aquele abraço apertado, os olhos nos olhos e os dedos entrelaçados. Mas o pior de tudo, faltava eu parar de sonhar.

eu me perdi em amores


Comida favorita? Tipos de músicas? Filmes que eu gosto? Meu estilo? Gosto pessoal? Mas era nossa hamburgueria, nossa banda, nosso filme, nossas roupas, nossos prazeres e felicidades. E agora? Quem fica com o que? E foi assim que descobri que simplesmente não sei quem sou. Após anos de romances, me doando de pouco em pouco, eu sumi. 


Perdida em um oceano de possibilidades, mundos novos, rostos desconhecidos e gostos inovadores, cá me encontro, como uma garotinha que se desencontrou dos pais no shopping, olhando a minha volta sem saber se fico e choro ou corro e grito. Meu norte está mais confuso do que bússula com imã, meus impulsos mais loucos que a vida. E quando o tempo para e me vejo sozinha no meu quarto, tudo gira. O mundo gira, e as coisas se bagunçam mais uma vez, para que a minha jornada em busca de mim se dificulte por mais um dia. E um mar de "e se" transborda de meus olhos, enlouquecendo minhas ideias, fazendo com que tudo vire um transtorno sem fim, sem mim.

(in)completa


Mais um fim de semana que chega ao fim e aquele sentimento voltou. Deitada na cama, rolando de um lado para o outro, eu fico sem entender porque toda a felicidade que senti durante esses dias some quando o dia termina. E o peito esvazia, os olhos se enchem e o coração aperta. Mais uma noite fria em que me sinto simplesmente incompleta.

Eu tento preencher esse buraco com coisas 'que me fazem bem'. São dias regados a comidas extravagantes e gordurosas, bebidas que desidratam, cigarros cheios de fumaças falsas, pessoas tóxicas, abraços frouxos e beijos frios. Tudo para dar uma impressão enganosa de que, por um momento, estou completa. E no fim do dia, tudo foi por água abaixo, mas a minha mente sofre ainda mais em tentar decifrar o porquê dessa ingratidão, dessa insaciável sensação que, quanto mais eu tento, mais piora.

Seriam as falsas alegrias me dizendo que não é isso que devo fazer para ser feliz? Seria a minha auto-estima me largando quando mais preciso ser auto-suficiente? Seria a vida me provando que eu preciso encontrar a minha satisfação pessoal antes de abrir a minha vida para que outras pessoas contribuam com isso?

A dificuldade,porém, não é ser feliz. Quanto tenho mais um ser por perto, mais uma distração, algo para falsamente me preencher, tudo fica bem. Mas é me pegar apenas com a minha cabeça, comigo mesma, que tudo desaba. A felicidade compartilhada é tão fácil. Por quê é tão difícil ser feliz sozinho?